"A NOTÍCIA NÃO DIZ": COM 30 MULTAS, DEPUTADO NÃO PODERIA DIRIGIR

Artigo baseado em matéria publicada no portal do Jornal Hoje. Para lê-la, clique no título desse post

A tragédia provocada pelo deputado estadual paranaense Fernando Ribas Carli Filho, acusado de dirigir embriagado, acima da velocidade permitida no local do acidente e com a carteira de habilitação vencida, resultando na morte imediata de dois rapazes, chamou a atenção para a fragilidade da fiscalização aos motoristas no Brasil. Todos se perguntaram como ele poderia ainda dirigir, com a CNH suspensa.

A matéria destacada acima explica que “se o motorista for pego dirigindo com a carteira suspensa, a habilitação é cassada por tempo indeterminado e o veículo, apreendido. O motorista vai ter de pagar uma multa de aproximadamente R$ 1 mil. E vai responder na Justiça por crime de trânsito. Se for condenado, a pena varia de seis meses a um ano de detenção. Só depois de dois anos esse motorista poderá pedir para fazer uma nova carteira de habilitação”.

O que a notícia não diz é que está para existir, nesse País, um agente público com coragem para conferir a idoneidade de uma carteira de habilitação de um deputado e, quanto mais, apreender seu carrão. Imagine um PM do setor de trânsito parando um deputado, pedindo seus documentos, e informando: “Doutor deputado, seu veículo será apreendido, porque sua CHN está suspensa, e vossa excelência responderá por dirigir sob tais circunstâncias”. O que aconteceria com esse pobre milico iria muito além do usual “sabe com quem você está falando?”. Quebrava a cara para deixar de ser “atrevido”.

Aliás, nem precisa ser o próprio político. Basta que seja um parente dele, um conhecido, um amigo de algum figurão da política – ou de qualquer esfera do poder público.

O que tem de moleque por aí pintando e bordando na direção, enchendo a cara e dando uma de piloto de Fórmula 1, “em nome do pai”, intimidando quem tente coibi-los, não está no gibi.

Isso é Brasil. Aqui o negócio é farrear com o poder e a Lei só existir para os mais fracos. Eis o que a notícia não diz. Mas nem precisa, todo mundo sabe.

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