A Revolta de Princesa (também chamada guerra ou sedição de Princesa) foi um conflito armado entre o coronel José Pereira Lima, todo poderoso chefe do município de Princesa (hoje Princesa Isabel), no sertão paraibano, e o governador de então (à época chamado de presidente), João Pessoa. Durou de fevereiro a julho de 1930. Desde que assumiu o Governo do Estado, em 1928, o sobrinho de Epitácio Pessoa entrou em rota de colisão com as oligarquias paraibanas, não poupando nem mesmo históricos aliados do tio – responsável por sua eleição.
A relação do autoritário governante e o poderoso coronel (e deputado estadual) foi rompida após divergências na formação da chapa de deputados federais. Outros núcleos oligárquicos, como a família Dantas, também romperam com João Pessoa. Como resposta, este mandou a polícia invadir o município de Teixeira, reduto dos Dantas, prendendo pessoas da família e impedindo que ocorresse votação naquela cidade. Determinou que acontecesse o mesmo em Princesa, mas o coronel Zé Pereira se armou, juntou um exército e reagiu.
O coronel teve o apoio dos poderosos Pessoa de Queiroz, nada menos que primos de João Pessoa que viviam no Recife e foram prejudicados pela reforma tributária que o governante estabeleceu, barrando, por meio de duras medidas fiscais, a antes fluente e livre entrada de mercadoria de Pernambuco na Paraíba, principalmente pelo sertão. Embora seja muito pouco conhecida e via de regra não conste da grade escolar, a guerra de Princesa foi um dos episódios mais marcantes da história contemporânea do Brasil.
Sem a ajuda do Governo Federal, de quem era politicamente distante, João Pessoa não teve forças para vencer a batalha. Princesa recebia recursos, armas, munições e mantimento de Pernambuco e – suspeita-se – até do próprio Governo Federal. A esperança do coronel era de que a batalha levasse à interdição do Estado, com o consequente afastamento de João Pessoa do poder, o que nunca aconteceu.
A sedição, que o governador prometeu deter sem maiores esforços, avançou a tal ponto, que José Pereira chegou a anunciar a independência do município, batizando-o de “Território Livre de Princesa”, com direito a bandeira e hino próprios. Fragilizado, o Governo do Estado se dispôs a receber toda a ajuda oferecida, o que ensejou um episódio pitoresco, quando mecânicos campinenses construíram um tanque de guerra artesanal, espécie de carro blindado.
Depois de montado e recoberto com grossas chapas de aço, o veículo ficou tão pesado que nunca saiu do lugar. A guerra só acabou em 26 de julho de 1930, com a morte de João Pessoa. Ninguém sabe o que foi feito do blindado, que deveria estar em um museu. Da mesma forma, não se explica porque a impressionante história da Revolta de Princesa não consta na História que se conta nas escolas.
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Marcelo
hagah72@hotmail.com