A deflagração exageradamente antecipada da pré-campanha de 2012 faz com que políticos e seus assessores proponham uma discussão equivocada e extemporânea sobre a paternidade de obras em Campina Grande. No mês passado, chegou-se até a agendar um debate entre o vice-governador Rômulo Gouveia e o prefeito Veneziano Vital do Rêgo, que acabou não acontecendo.
Desde então, os dois grupos que polarizam a disputa política e se alternam no poder na cidade têm, frequentemente, medido forças através da mídia, discutindo para saber quem fez mais pela Rainha da Borborema. Cada lado elenca algumas obras que, no total, podem ser relacionadas nos dedos das mãos, e, ao mesmo tempo, desqualifica o que foi feito pelo bloco antagonista.
Com isso, ambos acabam sendo parceiros em um esforço conjunto: manter a estrita polarização das possibilidades, limitando as perspectivas da cidade a duas únicas opções: ou se está com Cássio e os seus, contra Veneziano, ou se está com Veneziano e os seus, contra Cássio.
No meio dessa arenga, repete-se o reme-reme: quem fez mais, Cássio ou Veneziano? A verdade, porém, é que quem mais fez por Campina foi o campinense. Nenhuma obra realizada por qualquer gestor, atual ou passado, nasceu por obra e graça da sua palavra criadora, qual milagre.
Do Meninão à Vila Plínio Lemos, do Canal de Bodocongó à Feira da Prata, nada se fez, nada se construiu em cima desta Serra que não tenha sido custeado e erguido com o sacrifício do bolso do povo campinense, mesmo do mais pobre cidadão, habitante do bairro mais humilde e que, no entanto, é invariavelmente esfolado pela terrível carga tributária brasileira.
Já é hora de se elevar o nível do debate político na Paraíba. Já passa da hora de despersonalizar a gestão pública e suas ações. Basta de se tratar cada mísero gesto de um governo como um favor impagável que o povo deverá eternamente ao governante da vez. Tudo vem do povo, é feito pelo povo, à custa do povo. Nada mais justo, logo, que o crédito vá para o povo.
Na Serra
O ex-delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz (foto), atualmente deputado federal pelo PC do B de São Paulo, estará em Campina Grande para participar de um manifesto sobre segurança pública e corrupção. A data do evento ainda será definida.
Relembrando
Protógenes Queiroz virá a Campina Grande a convite do vice-presidente da Associação dos Policiais Civis, Júlio César da Cruz, que também é do PC do B. Ele ficou conhecido nacionalmente após comandar, em 2008, a Operação Satiagraha, que pôs vários figurões atrás das grades. Afastado pelo comando da PF, denunciou ser alvo de perseguição.
Visitante
Realizada na última quinta-feira, a convenção do PSD no município de Sapé de certo não motivaria nenhum grande destaque ou discussão, não fosse uma presença ilustre e tanto quanto surpreendente. Trata-se do deputado estadual Trocolli Júnior (veja foto a baixo), do PMDB.
Adeus, PMDB?
Trocolli Júnior que, com seu discurso pacificador, já não vem agradando a direção estadual do PMDB, chegou de mansinho à convenção do PSD e foi sentar-se ao lado do vice-governador Rômulo Gouveia, presidente estadual do novo partido, que comandou o evento. Resta questionar, agora: o que será que essa presença inusitada quis dizer?
Crédito: Victor Hugo - @VictorHugoAA |
Conferência
Amanhã, o PC do B promove sua Conferência Municipal, no CUCA, com a presença da reitora da UEPB, professora Marlene Alves, pré-candidata a prefeita de Campina Grande.
Agora vai
Já o PSD, depois de dois adiamentos, realizará sua convenção em Campina também amanhã, às 9 horas. O evento será no auditório da Associação Comercial e Empresarial.
Medalha
O Núcleo de Estudos Rurais da Universidade Estadual da Paraíba concederá, no próximo dia 13, a Medalha do Mérito Universitário à líder camponesa Elizabete Teixeira.
Memória
Elizabete é esposa de João Pedro Teixeira, que comandava as Ligas Camponesas na região de Sapé e foi covardemente executado, a mando de usineiros, no dia 02/04/ 1962.
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