O ex-vereador e ex-deputado federal Walter Brito Neto, atualmente no PMDB, é frequentemente classificado como um político homofóbico, porque ousa se contrapor ao que chama de ditadura gay. Agora, ganhou também a fama de machista, após declaração tremendamente infeliz postada em seu Twitter na última quarta-feira.
“O PMDB, por ser democrático, vai ouvir a voz rouca das ruas. Se Campina Grande me chamar para o desafio, eu topo! Campina Grande precisa de um trabalho de estruturação e restauração das suas famílias. Campina precisa de políticas públicas em defesa da vida e da família. Campina não irá votar numa boneca maquiada que se apresenta como símbolo sexual ou num boneco fantoche, mas em alguém que seja coerente”, escreveu.
O ex-deputado não mencionou nomes, preferindo jogar a carapuça para o alto. Quem seria a “boneca maquiada que se apresenta como símbolo sexual”? Quem seria o “boneco fantoche”? Sobre o “alguém que seja coerente”, Walter aparenta estar falando dele mesmo.
É claro que quanto à deplorável história da “boneca maquiada” o candidato a pré-candidato só pode estar se referindo a uma das pré-candidatas a prefeita, pairando a dúvida quanto a quem teria pretendido atingir sobre a deputada Daniella Ribeiro ou a secretário Tatiana Medeiros. Já sobre o “boneco fantoche”, nos “corredores da política” muitos acreditam tratar-se de Diogo Cunha Lima. Pelo contexto da declaração, todavia, a agressão pode ter sido dirigida a correligionários.
Nesse momento, o grande desafio dos pré-candidatos, sobretudo no indefinido PMDB, é conseguir a indicação partidária. A briga é interna. E Walter Brito Neto deve saber que suas chances são pequenas, o que explica – mas, não justifica – seu destempero. Logo, apesar de se julgar “alguém que seja coerente”, a postura e desequilíbrio do ex-vereador são incoerentes com seu discurso. Essa política de baixo nível, agressividade sem limites e ataques generalistas é tudo que Campina não precisa. E homens públicos não podem brincar com bonecos.
Mês que vem
A deputada federal Nilda Gondim, que preside o PMDB municipal, evitou comentar as declarações de Walter Brito Neto. “Assuntos referentes às eleições de 2012 em Campina Grande só estaremos resolvendo no final de novembro”, esquivou-se.
Fogo amigo
O PMDB campinense precisa realmente resolver, o quanto antes, quem será o candidato a prefeito do partido – ou, se for o caso, se o partido apoiará um nome de outra legenda. E essa necessidade tem como razão principal a autofagia dos seus pré-candidatos. Dentro das hostes peemedebistas, o fogo cruzado vai ficando cada vez mais cerrado.
Desembarque
O ex-governador Cássio Cunha Lima deve desembarcar amanhã, no início da tarde, em Campina Grande. A previsão foi confirmada ontem por sua assessoria. E, mais uma vez, uma multidão vai se aglomerar no apertado aeroporto João Suassuna.
Comemoração
A depender do ânimo dos cassistas, o tucano, embora ainda não tenha sido empossado no Senado, deverá ter mais uma chegada triunfal na cidade, com direito a carreata pelas principais ruas e avenidas, assim como aconteceu em março, após o STF decidir que a Ficha Limpa não teria validade para 2010. Fala-se até em show no Parque do Povo.
Transtornos
O Conselho Superior da Polícia Civil acusa a Aspol de adotar medidas que geraram “impasse administrativo” e “prejuízo ao interesse público, em específico ao trabalho da PC”.
O caso
A acusação do Conselho da Polícia se dá em virtude do movimento “Cumpra-se a Lei”, que restringe a atuação cotidiana dos policiais civis às estritas incumbências funcionais.
Resolução
Na última quinta, o Diário Oficial publicou resolução do Conselho que limita as ações do movimento, cuja intenção é pressionar o governo a abrir negociações com a categoria.
Resposta
A reação da Aspol foi publicar nota de repúdio à resolução, além de convocar assembleia para a próxima segunda. Na pauta, a possibilidade de greve não está descartada.
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