O ex-governador Cássio Cunha Lima, agora senador diplomado, concedeu entrevista coletiva na tarde de ontem na sede da Fecomércio, em João Pessoa, logo após a cerimônia de diplomação no Tribunal Regional Eleitoral. Apesar do clima festivo e de algumas perguntas e comentários laudatórios, o tucano mostrou-se incomodado com a repetição de questionamentos sobre a arenga política paraibana.
Após responder indagações sobre os recursos de Wilson Santiago para tentar manter-se no Senado, sobre a ausência do senador Cícero Lucena, presidente do seu partido, na cerimônia, e sobre uma eventual candidatura a governador em 2014, Cássio reclamou: “É incrível. Me perdoem, mas fiz um compromisso comigo mesmo e não vou transigir. Já estou aqui há quarenta minutos e não sai uma pergunta que não seja do ramerrame da política. Há tantos temas mais relevantes. Eu vou fazer um esforço muito grande para que possamos sair desse debate que, perdoem a franqueza, é um debate menor”.
A crítica de Cássio Cunha Lima consegue ser, ao mesmo tempo, verdadeira, necessária e ilegítima. É verdadeira porque ninguém agüenta mais tanta arenga, tanta politicagem, e a manutenção de um ininterrupto clima de guerra política. A Paraíba anda para trás com isso. É necessária porque implica na autocrítica de um representante da classe política tabajarina, o principal cacique político do estado, um reconhecimento de que esse ambiente só nos prejudica.
Por outro lado, é ilegítima porque o tucano sempre fez parte do mesmo ramerrame. Além disso, é ótimo que tenha resolvido mudar – é preciso confirmar essa mudança com gestos renovados, a partir de agora, no poder – só que suas críticas, ao invés de buscarem direcionar a imprensa (como sempre), devem ser direcionadas primeiramente aos seus pares, pois são eles que pautam (e, no geral, bancam) a imprensa. O debate é pequeno porque nossa política é pequena. E nossa política é pequena porque, com raras exceções, nossos políticos são pequenos.
Encenação
O “sumiço” de Cícero Lucena é um dos poucos gestos verdadeiros da conturbada relação que o presidente tucano mantém com Cássio. A convivência destes dois bicudos no mesmo ninho é cada vez mais difícil, e os gestos de amizade soam mais como teatro.
No ataque
Walter Brito Neto voltou à carga contra correligionários pré-candidatos. “Campina não aceita uma candidatura fabricada por quem quer que seja. Veneziano precisa avaliar bem o nome que apresentará, sob pena de ser derrotado por antecipação. Não adianta alguns aliados de Veneziano quererem mascarar uma realidade inexistente”, afirmou.
Na mira
O senador Vital Filho, relator da Projeto de Lei que estabelece normas para redistribuição dos royalties do pré-sal, disse que tem sido alvo de “maldades” da mídia do Rio de Janeiro e do Espírito Santo, estados produtores que são contra a distribuição.
Discriminação
“Sei que pago preço alto por defender vinte estados nunca contemplados, numa divisão mais justa, sem perdas, inclusive, para estados produtores. Quando decidi ficar ao lado dos vinte estados historicamente discriminados, dentre eles a Paraíba, sabia do preço que iria pagar. Não me arrependo”, afirmou, ontem pela manhã, Vital do Rêgo Filho.
Sem aulas
Os professores da rede municipal de ensino paralisarão as atividades durante todo o dia de hoje, em adesão à 5ª Marcha Nacional em defesa e promoção da educação pública.
Em Brasília
A marcha, organizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, quer reunir dez mil pessoas, sob o tema “10 mil pelos 10% do PIB para a Educação”.
Resultado
Após o Conselho de Polícia Civil resolver endurecer com a categoria, agentes de investigação, escrivães e motoristas cruzam os braços a partir da zero hora desta sexta-feira.
Parados
Ontem, a Câmara Municipal realizou uma tribuna livre com os servidores do Fisco, que já estão em greve. A sessão foi pedida pelo vereador Antônio Pereira, que é agente fiscal.
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