Será como a flor perdida
De um galho que se balança
Sobre a corrente da vida
Num dia qualquer, de breve
Ventania ou de sol quente,
Cairá a flor de neve
Na merencória corrente.
O pescador, da outra margem,
Sorrirá, num gesto lento
Vendo-a descer de viagem
Para o mundo do esquecimento.
Mas, a minha alma esquecida
Cantará, em meio à bruma:
– Inda que pobre, deu uma
Rosa à corrente da vida.
(Félix Araújo)
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