LIXO RECICLA QUERELAS

O prefeito Veneziano Vital do Rêgo, que ontem fechou os portões do lixão da Alça Sudoeste, disse que, com a desativação, Campina Grande vira “uma página a ser esquecida”, e que “o dia 5 de janeiro de 2012 vai ficar marcado para sempre, é uma data histórica”. Na prática, porém, essa página ainda terá outras linhas, e essa história registrará novos capítulos. O deputado federal Romero Rodrigues avisou que questionará na Justiça o contrato da prefeitura para depositar o lixo no aterro sanitário de Puxinanã, e, ontem, o vereador Tovar Correia Lima afirmou que, acompanhado de Romero, protocolará denúncia no Tribunal de Contas do Estado na próxima segunda.

Entre o fechamento do lixão e o andamento dos recursos judiciais, o debate se mantém no nível que a coluna já alertava ontem. No rádio, o secretário Alex Azevedo (Obras), com sua veemência tradicional, torpedeou Romero, a quem tratou como “esse cidadão”. “Que legitimidade tem o deputado para vir aqui, nas rádios de Campina, falar de aterro sanitário e de desativação do lixão? Que legitimidade tem esse cidadão? Passou vinte anos no poder e não tem uma proposta do grupo dele para resolver o lixão”, detonou. No dia anterior, conforme registramos, o coordenador de comunicação, Carlos Magno, havia fustigado o pré-candidato a prefeito do PTB, Artur Bolinha.

Magno declarou-se estarrecido com a (suposta) desinformação de Artur, que dissera que a PMCG pagaria R$ 32,98 por tonelada aterrada e, segundo o coordenador, o valor real era de 32 centavos. Só que Bolinha estava correto. O episódio evidencia o quanto os aspectos fundamentais dessa discussão têm sido ignorados, prevalecendo a querela política. E, para Campina, por ora, são dois os questionamentos principais: 01) O contrato para o aterro de Puxinanã é a melhor decisão, do ponto de vista econômico? 2) Como ficarão os que dependiam do lixão? Viverão de cestas básicas e pequenas ajudas financeiras? Mudarão do lixo para a total dependência do poder público?

Má notícia

O professor José Cristóvão de Andrade, presidente da Associação dos Docentes da Universidade Estadual da Paraíba (AduePB), avisou que a categoria pode cruzar os braços ainda este mês, conforme decisão aprovada em assembleia no mês de novembro.

Impasse

Segundo Andrade, que é pré-candidato a reitor da UEPB, estaria havendo um jogo de empurra entre a reitora e o governador em relação a dois aspectos: retroativos salariais e divergência sobre o duodécimo. E, para o professor, a reitoria estaria indiferente à questão. “Não há uma posição escrita criticando o não repasse integral do duodécimo”.

Longe e perto

Enquanto o circo pega fogo na política campinense, a deputada estadual Daniella Ribeiro, pré-candidata a prefeita, passeia pelos Estados Unidos, em românticas férias. Por aqui, todavia, não falta quem a represente nas costuras políticas para outubro.

Em casa

Desde 2010 a família Ribeiro se reaproximou dos Vital do Rêgo, deixando de lado as escaramuças e mágoas de outrora. Os dois clãs, é bom lembrar, têm laços de parentesco. Com a paz selada e com a falta de nomes de peso no PMDB, Daniella Ribeiro tem sido vista como uma espécie de “Plano B”, inclusive aos olhos do senador Vital do Rêgo.

Nem aí

As discussões sobre o destino do lixo de Campina Grande deixam ainda mais evidente a postura de profunda indiferença de parte dos vereadores da cidade, de ambas as bancadas.

Sumiram

Com isso, o debate acaba tocado por pessoas sem mandato, como secretários e agentes político-partidários. Em cada bancada, somente um ou dois vereadores se pronunciam.

Convite

O pré-candidato Artur Bolinha, já mencionado na coluna de hoje, formalizou convite para que Saulo Noronha, que preside o Democratas em Campina Grande, seja seu vice.

Lugar ao sol

A informação é de um prócer do DEM que, mesmo julgando improvável que Saulo (que deverá ser candidato a vereador) aceite, defende que a sigla saia “da sombra do PSDB”.

Publicado no DB de 06/01

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