Campina continua grande, mas regride |
Campina Grande foi pioneira das comunicações não apenas no Estado, mas em todo o Nordeste. Nunca faltou pauta para o jornalismo da cidade, uma das mais importantes da região nordestina, e as redações campinenses carregavam a missão de cobrir os assuntos locais e repercutir os fatos de outras cidades do interior paraibano.
Não havia como competir com João Pessoa, é claro, afinal, lá está o centro do poder – o capital está na capital. Entretanto, a posição geográfica, política e econômica da Rainha da Borborema garantia a manutenção de uma mídia expressiva e relevante. Gradualmente, entretanto, Campina foi ficando para trás também nesse quesito.
Primeiro, nossos veículos estancaram, pararam no tempo. Depois, começou o processo de regressão. O número de emissoras de rádio e TV não aumentou. As rádios, com pequenas exceções parciais, mantêm administrações amadoras. Jornais fecham e outros viram meras sucursais. O Correio da Paraíba e o Jornal da Paraíba são sucursais. A União vai fazer 120 anos e nunca chegou em Campina de verdade. O Diário da Borborema, única folha local, foi extinto. Até os sites, que empesteiam às centenas na Paraíba, são, em sua absoluta maioria, pessoenses.
Esse encolhimento da mídia precisa ser enxergado como sintoma de um mal maior. No geral, a importância de Campina Grande no cenário estadual tem encolhido nas últimas décadas, e, sobretudo, nesta última década. A cidade agora tem que ouvir programas gerados na capital, ler jornais majoritariamente produzidos na capital, assistir TV’s da capital.
Enquanto isso, a mídia campinense, a despeito do esforço de alguns profissionais muito bem qualificados (que não são maioria) está cada vez menor, cada vez menos profissional, sucateada, obsoleta e sufocada. É um sintoma – repita-se – de um mal maior.
Não por acaso chegamos à situação esdrúxula de hoje, quando os candidatos a prefeito de Campina Grande vão participar do primeiro debate televisivo – com o detalhe de que será em uma emissora da Capital, que se quer “pega” cá por estas bandas, a não ser pela internet. Estamos andando para trás.
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