João Antônio Donati tinha apenas 18 anos. Vivia em Inhumas, uma cidade da região metropolitana de Goiás. Nesta quarta-feira, 10, seu corpo foi
encontrado em um matagal, com sinais de espancamento e a boca cheia de papeis e
um saco plástico. Seria mais um triste e deplorável caso de jovem assassinado
no Brasil, país que se vê às voltas com números de homicídios similares aos de
zonas de guerra. Mas, havia um “detalhe”.
Segundo a imprensa, João era homossexual assumido. A partir
daí, na velocidade frenética da internet, correram informações atestando que o
rapaz fora vítima de homofobia. Com seu costumeiro julgamento totalmente
precipitado e irresponsável, a ministra da Secretaria de Direitos Humanos da
Presidência da República (SDH), Ideli Salvatti, tratou de detonar o típico discurso
da pauta do lobby LGBT.
Em instantes, o teor de um bilhete que teria sido deixado ao
lado do corpo corria as redes sociais e era reproduzido em notícias de portais
e artigos de jornalistas pró-lobistas: "Vamos acabar com essa praga",
diria um bilhete encontrado junto ao corpo. Quando, finalmente, a polícia foi
ouvida, revelou-se que jamais existira tal bilhete. O desmentido, contudo, não
teve a mesma repercussão.
Nesse ínterim, oportunistas da imprensa, do meio artístico e
da política já haviam transformado o nome e a tragédia de Donati em estandarte
para maximização do ódio. Faltou somente um “morte aos que ousam discordar da
plataforma LGBT!”. Ou, mais precisamente, um "morte aos evangélicos!; morte ao Malafaia!". Menos de três dias após o crime, contudo, veio a elucidação
do caso: João Antônio Donati foi morto por um indivíduo de 20 anos com quem havia
tido uma relação. Portanto, o assassino também é homossexual.
Eis o triste e lamentável retrato do extremismo oportunista que
pauta uma minoria de minorias – um ínfimo número de membros da “comunidade LGBT”
que se beneficiam de um discurso exacerbado de ódio e de vitimismo pessoal para
tirar proveito midiático e político do próprio segmento. Como todo oportunismo
desse tipo, não se observa escrúpulos mínimos, daí não haver o menor prurido em
se usar, precipitada e irresponsavelmente, a morte covarde e violenta de um
jovem como falsa bandeira, ultrajando a vítima numa deliberadamente deturpada exposição
pública de sua tragédia.
Esse assunto não se encerra por aqui. Não pode se
encerrar. Há muito mais a ser dito. Mesmo porque o discurso de ódio do lobby
LGBT, o extremismo por estes fomentado e a vantagem que alguns tiram de todo
esse ambiente e de todas as desgraças que o cercam precisam ser desnudados,
rechaçados e denunciados. João Antônio Donati não foi vítima de um homicídio
motivado por homofobia. Mas, já morto, foi vítima da exploração repugnante de
um desqualificado, premeditado e deturpado discurso que usa a vida de muitos
em benefício de uns poucos.
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