A entrevista do cabo Sérgio Rafael, presidente da Associação dos Militares Estaduais da Paraíba (Amep) e suplente de deputado estadual, ao Jornal Integração da última quarta-feira, 06, teria caído como uma bomba no alto comando da PM da Paraíba.
Convidado para falar sobre a morte do sargento Sandro Pereira, que tombou após ser ferido em troca de tiros com criminosos em João Pessoa no dia 02 e analisar a ousadia dos bandidos no enfrentamento às forças de segurança, Sérgio surpreendeu ao fazer uma denúncia nos microfones da Campina FM, afirmando que oficiais estariam recebendo extra sem trabalhar.
E mais, ele declarou que o militarismo impede que denúncias desse tipo sejam investigadas. “Se apegam ao militarismo, às regras de tratar a gente feito bicho, para não poder denunciar. (...) São os denunciados que apuram os inquéritos. (...) Um superior hierárquico disse o seguinte: ‘Não adianta fazer essas denúncias, porque quem apura somos nós mesmos'”, afirmou, defendendo a criação de uma corregedoria externa.
E mais, segundo o presidente da Amep, o comando da PM teria conhecimento de tudo e agiria punindo não quem pratica as irregularidades, mas quem as denuncia. “O mais doloroso é que nossos comandantes vêem isso, e para manter uma postura do militarismo, para legalizar os atos da ilegalidade que existem, aceitam e punem os companheiros”, completou.
Questionado se, em síntese, estava afirmando que “há uma contaminação de ilegalidade e de abusos dentro do alto escalão da Polícia Militar na Paraíba”, Sérgio Rafael foi categórico: “Há, sim. Não vamos generalizar; mas, há, sim”.
Procurado, o comando da PM ainda não se pronunciou sobre as declarações do militar.
Ouça esse trecho da entrevista no podcast abaixo.
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