Análise - A recompensa de Ricardo Coutinho ao primeiro aliado na Câmara: uma assessoria


História

Talvez muitos não lembrem, mas o ex-vereador Napoleão Maracajá (PCdoB) foi o primeiro integrante da legislatura passada na Câmara Municipal a publicamente aderir ao governador Ricardo Coutinho, numa época em que o socialista, cumprindo seu primeiro mandato, enfrentava baixa popularidade na cidade e era alvo da indiferença dos aliados e dos cerrados ataques dos adversários.

Sozinho

Foi num tempo em que Coutinho ainda era aliado do senador Cássio Cunha Lima (PSDB) e recebia o tiroteio permanente do grupo liderado pelo ex-prefeito Veneziano Vital do Rêgo (PMDB). Àquela época – recente, apesar das tantas idas e vindas políticas – o próprio Ricardo certa vez reclamou que vereadores aliados (a bancada ligada ao PSDB) não o defendiam.

Causa e efeito

Por sinal, esses parlamentares alegavam (sempre não publicamente) que não tinham porque defender o governador, já que sequer eram recebidos pelo chefe do Palácio da Redenção. Foi naquele cenário que Napoleão, muito mais conhecido por jogar no ataque que na defesa, passou a alinhar o discurso com o do socialista.

Quase ontem

Embora toda essa história remonte há coisa de três anos, muita água rolou sob a ponte da política tabajarina. Cássio e Ricardo viraram inimigos; Veneziano e Ricardo viraram aliados; Ricardo, reeleito com a ajuda de Veneziano, deixou o peemedebista na mão na eleição para prefeito de Campina; e agora, cumprindo seu segundo mandato, o socialista tem demonstrado pouco se importar com os políticos da cidade – aliás, dizem seus críticos que ele pouco se importa mesmo é com a cidade.

Expectativa

No ano passado, Maracajá – que, apesar da eleição em 2012, dava sinais de não ter força nas urnas (por razões a tratarmos em outra coluna) – ficou na primeira suplência, atrás de Saulo Noronha (SD) por 32 votos. A expectativa era (ou é) de que, dado seu histórico de “parceria” com Ricardo Coutinho, o comunista fosse agraciado com o apoio do governador, que, nomeando um vereador para o Estado – provavelmente Rodrigo Ramos – alçaria o suplente ao mandato.

Recompensa

Até agora, porém, não houve sinais efetivos do Palácio da Redenção nesse sentido – segundo o próprio Maracajá confirmou há poucos dias. E, esta semana, o ex-vereador foi contemplado com um cargo no governo. Porém, uma mera assessoria na pouco expressiva Secretaria da Agricultura Familiar e Desenvolvimento do Semiárido – cargo de quarto ou quinto escalão.

Sujeição

Com a “recompensa”, Ricardo Coutinho fortalece a “impressão” nutrida na cidade no tocante a sua relação com aliados. E Napoleão Maracajá, aceitando o cargo, se rebaixa politicamente, como, por sinal, o fizeram e fazem outros aliados do socialista, incluindo figuras que compunham a elite política paraibana, como por exemplo... Alto lá! Fica para a próxima análise.

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