Descaso. É assim que a dona de casa Giselda Damiana de Lima, de 37 anos, descreve a atitude do Hospital de Emergência e Trauma de Campina Grande com a aposentada Maria das Graças Barros, de 72 anos, natural do município de Lagoa Seca e que, segundo Giselda, está há 13 dias na enfermaria da unidade hospitalar com uma fratura no fêmur e, até o momento, sem previsão de realização da cirurgia.
Em relato concedido ao jornalismo da rádio Campina FM, Giselda afirma que, após um acidente no banheiro de sua casa, a aposentada quebrou o fêmur e, desde então, está na enfermaria do Hospital de Trauma sendo apenas medicada.
Segundo ela, sempre que a família procura a ouvidoria da unidade não é dada nenhuma previsão sobre quando o procedimento será realizado, apenas limitando-se a dizer que a aposentada está na fila de espera, não havendo data e nem hora marcada para a cirurgia.
Giselda Damiana afirma que outros pacientes estão passando pela mesma situação no Trauma de Campina Grande, inclusive idosos, sofrendo à espera de uma operação ortopedia. “Dona Maria sente muitas dores. É um desrespeito muito grande com um ser humano”, lamentou.
DIRETOR: “SUPER, HIPER, MEGALOTADO”
O repórter Pedro Pereira, da rádio Campina FM, ouviu o diretor técnica do Trauma, Sebastião Viana, sobre o problema. Quanto ao caso específico da senhora Maria das Graças, ele afirmou que a cirurgia deverá ocorrer no dia de Natal.
De acordo com Sebastião, a causa da demora para as cirurgias é a superlotação da unidade, que teria se agravado com a pandemia e o aumento do número de acidentes. “Acontece que o hospital está mais do que lotado. Ele está super, hiper, megalotado”, disse, explicando que atualmente há 120 pacientes internados para ortopedia.
FALTA DE SUPORTE DO MUNICÍPIO
O diretor técnico do Trauma explicou ainda que apresentou uma proposta ao Governo do Estado para realização de um mutirão de cirurgias a fim de tentar diminuir essa fila. De acordo com Sebastião, o que agrava o quadro da unidade é a falta de outros espaços de atendimento de pacientes através do SUS.
Ele apontou, por exemplo, a inexistência de suporte por parte da rede municipal. “O único canto em Campina Grande que opera trauma é o Hospital de Trauma. A gente não tem uma contrarreferência do Município na parte ortopédica. Então, o trauma fica sobrecarregado”, acrescentou.
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